Naquele
almoço a conversa recaiu sobre um tema já batido: os jovens que morreram na
praia do Meco, levados pelo mar.
Alargou-se
a conversa, até porque as sensibilidades eram várias, e falou-se também
daqueles que arriscam a vida dos outros: pescadores e automobilistas. E alguém
alvitrou que as penas de multa deveriam ser bem mais pesadas para aqueles que, à
revelia das instruções das autoridades, avançam para situações de risco. No
caso do mar, os custos das buscas e salvamentos são incomportáveis numa
sociedade como a nossa.
Com
uma certa dose de radicalismo, mas sincero na opinião, disse eu que esses casos,
a serem punidos, não o deveriam ser com multas. Que há quem tenha dinheiro para
as pagar e ficar a rir-se.
Por
mim, e a verificar-se a infracção, seria pena de prisão efectiva – semanas ou
meses – não remíveis a dinheiro. Que a privação de liberdade é igualitária nas
condições económicas dos infractores.
E
se as penas aplicadas pelos tribunais servem para que o infractor aprenda uma
lição, umas semanas de prisão são bem mais eficazes que uma qualquer multa.
A
resposta que ouvi deixou-me literalmente siderado! “Não há recursos para
prender tanta gente”.
Ora
batatas!
Não
é importante que os criminosos ou infractores aprendam a não o fazer ou ser. O
que conta, mesmo, é o custo da sua reintegração social. E, em não havendo
recursos para tal, transforme-se o crime ou infracção em fonte de receita do
estado.
Suponho
que, na douta opinião de quem comigo partilhava a mesa, esta seja uma solução
para baixar o deficit, reduzir a dívida pública e fazer regressar o país aos
mercados.
Assim
sendo, proponho de novo uma ideia antiga:
Actue-se
em conformidade com lei e autuem-se todos os veículos que, ilegitimamente,
estacionam nos passeios e passagens de peões, impedindo-lhes a sua livre e
segura circulação.
Pelas
contas que fiz, há uns dois ou três anos, uma única patrulha policial apeada,
em Lisboa, renderia aos cofres do estado num ano a módica quantia de dez milhões
de euros.
By me
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