O
dia quase que acaba. E saio por um café. Não que a cafeína me faça falta, mas
por uma quebra de rotina, por um fazer diferente.
A
tarde está fria. Não a temperatura em si mesma, mas aliada à humidade, entra na
pele e desce aos ossos. O café vai-me saber bem.
Na
rua a quietude total. Nem uma aragem, nem um ruído. Nem vivalma. Como se tudo e
todos se tivessem recolhido a salvo da friagem molhada.
Até
o café, cheio como nunca o vira, está em silêncio. Todos concentrados, numa
contemplação estranha e silenciosa num jogo de bola que, e em linguagem
desportiva, é um clássico. Nem uma jogada, que essa eu vi, mais entusiasmante,
retirou aquelas dezenas daquela letargia anónima e insólita.
Já
na rua, desespero.
Bem
sei que a câmara veio comigo mais por hábito que por uso. Mas, que diabo,
queria dar ao gatilho uma vez mais mas com algo vivo. Ou que o indicasse. As próprias
poças de água estavam imóveis, que não havia pingas que as agitassem.
Por
fim, um carro. O único sinal de vida visível, que já os pombos haviam
recolhido.
Rápido
qb, registei um nico de vida anónima de num bairro suburbano, num demasiado tranquilo
domingo invernoso. Que nem mesmo uma vitória vermelha conseguiu agitar.
By me
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