Pouco
me importa que esteja já velhote. Eu também não vou p’ra novo.
E
se é certo que já me acompanho, tal como a minha sombra há um ror d’anos, também
este poster o faz há quase quarenta.
Entrou-me
na vida na adolescência, na idade das utopias, dos sonhos, das revoluções, na
idade de saber que o futuro era eu e seria eu que o faria.
E
se tudo isso nunca me abandonou, também este cartaz, solidamente colado em
madeira e implantado na alma, me tem acompanhado, sempre em local visível e de
destaque.
O
tempo descoloriu-o um nico e as viagens e arrumações fizeram-lhe algumas mossas
nas bermas. Mas também eu ganhei peso e barriga, se me encaneceram as
pilosidades e os olhos já não são o que foram.
Os
da cara! Que os da alma, esses, estão cada vez mais argutos. Acreditando entre
outras, que “O amor é um pássaro verde, num campo azul, no alto da madrugada”.
By me
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