Ontem
as redes sociais andaram mais ou menos ocupadas (mais menos que mais
felizmente) referindo ter sido o dia do fotógrafo.
E
alguns fizeram-me o especial favor de me referir nessa efeméride. O que
agradeço, pese embora a fraca qualidade do que vou fazendo.
No
entanto, gostaria de deixar aqui uma correcção:
O
dia do fotógrafo em 8 de Janeiro é uma data que, ao que sei, é apenas
comemorada no Brasil. E não sei com rigor porque motivo. Por aquilo que li na
web, terá a ver com a data em que terá chegado a invenção ao Brasil.
Por
outro lado, o Dia Mundial da Fotografia celebra-se em 19 de Agosto. Terá sido
nessa data que a fotografia terá sido apresentada oficialmente ao público,
concretamente na Academia de Ciências de Paris. Indo um pouco mais longe, o seu
“pai” foi Daguerre (entenda-se que há ainda discórdia sobre a paternidade da
fotografia, já que o processo se desenvolvia em paralelo na Inglaterra, pela mão
de Fox Talbot). A não existência de comunicações fáceis e rápidas permitia
isto: para um mesmo problema as mesmas ou parecidas soluções autónomas em
diversos pontos do globo.
Em
qualquer dos casos, saiba-se que Daguerre não quis patentear a sua invenção, e
disso receber os direitos de exploração. Na academia ofereceu-a ao mundo.
Foi
este desinteresse material que permitiu que tantos a desenvolvessem tão rapidamente
(considerando as tecnologias da época) e que hoje ela seja o que é.
Por
mim, não celebro em particular nenhuma data. É quase que um sacrilégio dizer
que há um dia especial para a fotografia quando a pratico todos os dias, sempre
com o mesmo apreço e empenho, pese embora a qualidade do que faço.
Se
quiserem um dia para a fotografia, proponho que seja… 365 dias por ano.
Proponho que a celebrem com o fazer de uma fotografia por dia (pelo menos),
proponho que vejam exposições, livros, revistas, que saibam como outros a
praticam e que se aprenda com eles: na técnica, na estética, na ética, na semiótica.
Nos “porquês” e nos “comos” de fazer fotografia.
E,
se quiserem levar a coisa um nico mais longe, ponderem os “porquês” de vocês
fazerem fotografia. Que afectos ou desafectos, que cobiças ou desdéns, que emoções
vos levam a olhar com olho fotográfico e a usar a câmara, não importa custos ou
complexidades.
Que,
em sabendo o porquê de fotografarmos, o como o fazer é sempre tão mais fácil!
Mesmo
que seja só “para mais tarde recordar”, como este encontro fugaz entre um falso
fotógrafo À-Lá-Minuta tuga e uma turista vinda dos antípodas.
By me
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