Qualquer
um entende e concorda que prender alguém contra sua vontade é uma maldade.
Nalguns casos, pode mesmo ser considerado um crime.
No
entanto a sociedade, através da justiça que aplica as leis desejadas pelos
cidadãos e definidas pelos deputados, considera a pena de prisão algo correcto,
legal, passível mesmo de ser suportado pelos contribuintes.
Mas,
analisemos as justificações para pena de prisão. Ou, se se preferir, analisemos
o motivo de aplicar justiça.
Por
um lado para que o infractor à lei aprenda que o que fez é um erro.
Por
outro para que, e no decurso do cumprimento da sua pena, aprenda formas de ser
um cidadão útil e integrado na sociedade.
Por
outro lado ainda, e no caso de crimes particularmente graves, a sociedade não
quer o criminoso no seu seio e a condenação a pena de prisão é forma de o
excluir.
Por
fim a vingança. É banal ouvirmos a populaça à porta de um tribunal quando
decorre um processo, com o qual nada têm a ver nem como vítimas nem como
testemunhas, clamarem por penas pesadas, afirmando “ainda é pouco” ao saberem
do veredicto.
Mas
também sabemos que a vingança é um sentimento feio, mesmo quando “servida fria”.
E ensinamos isso às crianças. Pese embora os livros sagrados de diversas religiões
considerarem que a vingança divina é natural e correcta.
E
vive-se naquela contradição de considerarmos algo como maldade, a menos que
provenha de deus.
Ora
se a vingança é uma maldade (e o ensinamos às crianças) e se a privação de
liberdade é uma maldade (mesmo que a termo certo), a justiça e os seus códigos
são maldades sob a forma de lei. E o ser humano, que concebe como lei o fazer
maldade, é um ser maldoso.
Por
vezes tenho vergonha de ser um humano e de viver entre humanos!
By me
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