terça-feira, 17 de março de 2015

Sob a influência de





A saudade é termo português, diz-se. No resto do mundo fala-se em “sentir a falta de”.
Não sendo eu melhor ou pior que ninguém, também tenho saudades ou sinto a falta de. Pessoas, situações, locais, vivências. Umas batem mais forte, outras mais de levezinho, de algumas nem me apercebo o quanto sinto falta, de outras é uma constante.

A última vez que estive em Barcelona foi já há uns anos. Circunstâncias várias têm limitado a possibilidade de lá ir denovo, com grande pena minha. E sinto falta disso. Permanentemente.
Já não falo do cosmopolitismo da cidade nem da forma de viver dos naturais. Seria difícil não gostar disso. Tal como seria difícil não gostar do modo como quem lá vive desfruta do espaço comum e o defende.
O que de Barcelona sinto falta, permanentemente, é de alimentar a alma.
Das exposições, muitas e variadas, de pintura, fotografia, desenho, vídeo, cinema… Dos diversos estilos e abordagens que ali, em permanência e em rotatividade, existem para servirem de alimento ao que faço. Os clássicos e os novos, com as suas experiências e alternativas.
Para além do natural deambular pela cidade, com a sua luz diferente, as suas perspectivas e cores, a sua multiplicidade de gentes, origens e linguajares, o “meter o nariz” nas galerias e espaços expositivos, há um espaço que não falho. Dê lá por onde der!
A fundação Juan Miró.
Muito se falou, por cá, nos seus quadros, se seriam ou não vendidos, a quem pertenceriam e se seriam ou não património a preservar. E muitos peroraram sobre o tema sem nunca terem tido a oportunidade de os verem. Ao vivo e a cores. Bem como as suas cerâmicas e esculturas.
Passar meio dia a ver tudo isso, bem como alguma exposição temporária que por lá esteja, é uma das formas que tenho de alimentar a alma e, com isso, fazer diferente. E não venham com histórias de que isso está tudo na net e tal, que basta fazer click para beber do trabalho dos mestres…
Ver ali, em tamanho natural, o que o autor fez nada tem a ver com o ver no brilho de um ecrã. Nem o que vemos nem o que sentimos.
Esta imagem, que vale coisa nenhuma, foi feita uns escassos minutos depois de uma dessas visitas “alimentares”. Tal como outras que por aqui não estão.

Tenho saudades de voltar a Barcelona e carregar baterias. 

By me

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