Há pessoas cuja
actividade profissional nos dá prazer ver.
Pessoas ligadas ao
mundo do espectáculo – representação ou musical – são alguns exemplos. Aliás, a
própria actividade nos dá prazer.
Mas há outras cuja
actividade não nos dá prazer mas cujo desempenho merece ser visto. E dá prazer
apreciar.
Refiro-me a gentes
que nos quer convencer a fazer aquilo, em condições normais, não faríamos: vendedores
de porta-a-porta e a nova actividade “pedintes para causas humanitária”.
Neste último caso,
é um prazer ver a aparente boa disposição, a variedade de argumentos –
estudados – joviais e alegres, a capacidade de adaptar o discurso ao
interlocutor…
Juro que dá gozo vê-los
a trabalhar, em regra junto a zonas de muito movimento.
Infelizmente o meu
aspecto pouco convencional ou discreto tornou-me em figura conhecida, pelo que
já não abordam: sabem da inconsequência.
Mas em aparecendo
um grupo novo algum ou alguns acabam por ter o “azar” de vir ter comigo. E se
eu estiver de maré… é divertidíssimo argumentar com eles, mesmo que daqui nada
levem. Em regra aviso que não tenciono comprar ou contribuir, mas que não me
furto à conversa. E ficam, para prazer meu.
Os últimos não
tinham nada para venda, para além da conversa. E como ele, porque era um rapaz,
não quis ser fotografado, acabei por ir a uma loja de inutilidades em busca de
algo que servisse “para o boneco”.
Fica o registo do
que encontrei, quase ao preço da chuva, tendo por fundo o local do “crime”.
Confesso: foi tão
divertido esgrimir argumentos com ele (coitado) como o procurar o ícone respectivo.
Mas o cúmulo da diversão
foi o ver os olhares dos passantes em vendo-me a fazer a fotografia.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário