Porque é que saber
interpretar uma imagem, feita por outros ou que vamos fazer, é tão importante?
Porque há que
decidir a relatividade dos elementos e a sua escala de importância.
Colocar em evidência
algo a que não atribuímos importância no conjunto dos elementos da imagem ou
enquadramento, é dar outro sentido de leitura, é contar outra história.
Fazendo uma
comparação simples com a língua e a gramática:
“Eu bebi um café.”
“Um café foi
bebido por mim.”
Em ambos os casos
a verdade é contada: o acto de beber, eu mesmo e um café.
Mas se na primeira
o importante da acção descrita é “eu”, na segunda o importante da acção é “o
café”.
O não gerir bem os
elementos num enquadramento provoca outras interpretações, por vezes bem
diversas daquelas que queríamos contar.
O sentido de
leitura, os tamanhos relativos dos elementos, os jogos de cor e luz, a linhas
existentes (reais ou não), o equilíbrio, o espaço de respiração, a existência
de outro códigos de interpretação imediata (letras, sinais de trânsito…) o
posicionamento do espectador em relação à acção, a nitidez ou a falta dela…
Tudo isto faz com
que as regras de composição, académicas, formais e matemáticas, mais não sejam
que, as mais das vezes, castradoras da eficácia da comunicação. Ou, bem pior
ainda, da liberdade criativa.
Use-se, ignore-se
ou misture-se tudo!
Mas entenda-se o
que se está a fazer!
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário