quarta-feira, 11 de março de 2015

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Porque é que saber interpretar uma imagem, feita por outros ou que vamos fazer, é tão importante?
Porque há que decidir a relatividade dos elementos e a sua escala de importância.
Colocar em evidência algo a que não atribuímos importância no conjunto dos elementos da imagem ou enquadramento, é dar outro sentido de leitura, é contar outra história.
Fazendo uma comparação simples com a língua e a gramática:
“Eu bebi um café.”
“Um café foi bebido por mim.”
Em ambos os casos a verdade é contada: o acto de beber, eu mesmo e um café.
Mas se na primeira o importante da acção descrita é “eu”, na segunda o importante da acção é “o café”.
O não gerir bem os elementos num enquadramento provoca outras interpretações, por vezes bem diversas daquelas que queríamos contar.

O sentido de leitura, os tamanhos relativos dos elementos, os jogos de cor e luz, a linhas existentes (reais ou não), o equilíbrio, o espaço de respiração, a existência de outro códigos de interpretação imediata (letras, sinais de trânsito…) o posicionamento do espectador em relação à acção, a nitidez ou a falta dela…
Tudo isto faz com que as regras de composição, académicas, formais e matemáticas, mais não sejam que, as mais das vezes, castradoras da eficácia da comunicação. Ou, bem pior ainda, da liberdade criativa.

Use-se, ignore-se ou misture-se tudo!
Mas entenda-se o que se está a fazer!

By me

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