Só mesmo para
iluminar alguns aspectos:
A “noite” urbana
não se caracteriza, ao contrário do que geralmente se pensa, por “falta de
luz”.
O que na verdade
acontece é um muito acentuado contraste entre o que está iluminado e o que não
está.
Montras,
candeeiros, faróis, são fontes de luz cujas origens vemos e para as quais
olhamos. A luz que delas emana não é suficiente para nos encandear mas
suficiente para derramar alguma sobre as zonas circundantes. As mais distantes
recebem tão pouca ou quase nenhuma que dizemos estarem na escuridão.
Essa escuridão é
muito mais notória nos sistemas de captação de imagem que nos nossos olhos.
Estes têm um “automático” que se ajusta quase que instantaneamente a esses
contrastes, coisa que as câmaras (digitais ou de película) não fazem.
A técnica, ou o
truque, na fotografia nocturna não é mostrar tudo quanto os nossos olhos vêm,
mas antes evidenciar a existência desse contraste, permitindo que algumas zonas
tenham luz suficiente para que seja visível o que lá está e tirar partido das
zonas mais escuras, mostrando-as como tal. É este equilíbrio que é difícil!
Temos, assim, que
muitas vezes para fazer fotografia nocturna não necessitamos de usar longos
tempos de exposição para que haja detalhe nas zonas escuras. Basta que as
deixemos como tal e que mostremos os detalhes nas zonas claras. E é esse
contraste que nos dirá, espectadores, que se trata de uma imagem de noite.
Logo, se não
usamos sempre tempos demasiadamente longos, não necessitamos sempre de recorrer
a um tripé (que se quer pesado e sólido). Alguma firmeza de mão, algum eventual
apoio para a reforçar (esquina, candeeiro, ombro amigo) e a coisa resolve-se sem
mais complicações.
Antes de mais, o
que importa é saber o que queremos mostrar ou, por outras palavras, que
história ou estória queremos contar. “Se eu souber porquê, sei como”, como
costumo dizer.
Em seguida, há o
sabermos tirar partido daquilo que temos connosco para fotografar. Se não
existe tripé, não adianta querer fazer tempos longos, pelo que haverá que
encontrar outras soluções, mesmo que uma delas seja o “não fotografar”. Ou, se
a câmara não permite tempos longo manualmente, saber enganar o programa nela
inserido (o tal japonês inteligente) por forma a obtermos o resultado desejado
e possível.
A título de
exemplo, fica esta imagem.
ISO 400, não muito
alto portanto, em modo “Programa” deixando o “japonês inteligente” a pensar, e
com um ajuste de -3 EV, para forçar que o que estava na escuridão, ou quase,
assim ficasse. Tempo de exposição 1/30 de segundo, perfeitamente compatível com
o uso da câmara à mão sem suportes adicionais ou muletas de ocasião.
Já o balanço de
brancos “WB” foi deixado em “luz de dia”, fazendo com que a iluminação ficasse
amarelada ou esverdeada, factor subjectivo extra para que se tenha a percepção
de se tratar de uma fotografia nocturna com luz artificial.
By me
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