Ao longo de mais
de sete lustros de ofício já tive oportunidade de ter à frente da minha
objectiva ou equipamento a mais variada qualidade de gente. Alguns muito
ilustres.
Gente grande de
todos os campos: das filosofias, aos palcos, das artes plásticas à escrita, do
desporto à religião… até jornalistas, políticos e empresários.
A sua esmagadora
maioria partilhava de uma característica: não alardeavam o quão grandes eram.
Eram-no pelas
obras que faziam, com uma genuína humildade, por vezes em excesso, perante as
falhas do que faziam, tendo sempre por objectivo conseguir ir mais longe pelos
seus próprios meios.
Com lamentáveis excepções,
nenhum deles se afirmava melhor que, mais capaz que, maior que.
Acho um piadão a
muitos que vou vendo, ouvindo ou lendo, incapazes do que quer que seja que saia
da mediania, incapazes de darem ou de se darem, em que o resultado do que fazem
não ultrapassa o sofrível, darem-se ares de grandes senhores e senhoras,
passando o tempo e gabarolar-se e achincalhando os restantes.
Tenho tido sorte
em ter conhecido aqueles muito grandes. E tenho tido azar em conhecer todos
estes tão pequenos.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário