Talvez que seja
por causa das minhas origens – povinho mesmo.
Talvez que seja
por causa do meu ofício – cor.
Talvez que seja
por causa do eu gostar mesmo do bicho homem.
Talvez que seja
por uma questão ecológica, tão na moda.
Talvez que seja
por uma questão estética e nada mais.
Mas certo é que
prefiro caminhar por bairros onde a roupa seja seca num estendal, bem à vista
de todos, que naqueles outros, bonitinhos, arquitectonicamente “perfeitos”, mas
desprovidos de humanidade, de tão assépticos e iguais.
Os edifícios –
habitação, negócio, comunitários – bem como as ruas e bairros, são bem mais que
mostruários, que ampliações à escala natural das maquetes e projectos de
arquitectos e projectistas.
São obras vivas,
que evoluem, envelhecem e se renovam ao ritmo de quem deles se serve, usa,
habita.
Será interessante
comparar o grau de actividade comunitária, de solidariedade, de partilha, entre
quem estende a roupa ao sol para secar, com todo o seu colorido e diversidade,
com os que usam máquinas de secar, mantendo na privacidade o cinzentismo das
suas roupas de vestir, de cama ou de banho.
E, já agora: será
mais eficaz do ponto de vista energético secar a roupa ao sol ou numa máquina
elétrica?
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário