quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Estendal



Talvez que seja por causa das minhas origens – povinho mesmo.
Talvez que seja por causa do meu ofício – cor.
Talvez que seja por causa do eu gostar mesmo do bicho homem.
Talvez que seja por uma questão ecológica, tão na moda.
Talvez que seja por uma questão estética e nada mais.

Mas certo é que prefiro caminhar por bairros onde a roupa seja seca num estendal, bem à vista de todos, que naqueles outros, bonitinhos, arquitectonicamente “perfeitos”, mas desprovidos de humanidade, de tão assépticos e iguais.
Os edifícios – habitação, negócio, comunitários – bem como as ruas e bairros, são bem mais que mostruários, que ampliações à escala natural das maquetes e projectos de arquitectos e projectistas.
São obras vivas, que evoluem, envelhecem e se renovam ao ritmo de quem deles se serve, usa, habita.
Será interessante comparar o grau de actividade comunitária, de solidariedade, de partilha, entre quem estende a roupa ao sol para secar, com todo o seu colorido e diversidade, com os que usam máquinas de secar, mantendo na privacidade o cinzentismo das suas roupas de vestir, de cama ou de banho.

E, já agora: será mais eficaz do ponto de vista energético secar a roupa ao sol ou numa máquina elétrica?

By me

Sem comentários: