sábado, 14 de fevereiro de 2015

Arqueologias





Isto da net e dos artigos que encontramos aqui e ali tem a sua graça.
Tropeço num artigo onde se afirma que a pessoa retratada na fotografia é o inventor do vírus da SIDA.
O artigo tem o valor que tem e não adianta discutir da sua veracidade. Faltam-nos dados mais rigorosos para tal.
Mas não deixa de ser curiosa a fotografia que o ilustra. Que não sei se será da pessoa citada ou de qualquer outra:
Num laboratório, alguém junto a um microscópio.
Olhando com atenção para este, constata-se que a sua parte superior é pouco comum. E desde logo me saltou à vista o perfil superior desse acréscimo.
Caramba! Fartei-me eu de trabalhar com isso.
Trata-se, nada mais, nada menos, que as costas rotativas de uma câmara Linhof, em formato 9x12, com o despolido acoplado.
Mais ainda: o despolido está subido, ou afastado da sua posição normal de observação. Porquê?
Olhando com atenção, parece-me ver do lado esquerdo um fotómetro de sonda, cuja ponta se posicionava no local onde queríamos medir e cuja parte exterior continha a parte eléctrica, incluindo o quadrante que nos dá as indicações de valores.
Um pouco mais abaixo, ainda na zona cinzenta, vemos um risco preto, que suponho ser uma fenda para inserir filtros de contraste para preto e branco.
E, mais abaixo ainda, já na zona preta, vemos o cabo disparador de bicha.
Em segundo plano, ao fundo da mesa, vemos o que parece ser um outro microscópio, preparado para receber uma câmara, esta ou outra.

De acordo com o artigo, esta fotografia datará dos finais dos anos sessenta ou dos inícios dos anos setenta do séx. XX.
Um primor de fotografia que vou guardar como preciosidade, face à raridade do mostrado.
E às saudades de trabalhar com uma câmara Linhof. 

By me

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