Leio por aí
algures que se preparam para introduzir o sistema de “carta de condução por
pontos”.
Não sei se será
bom ou mau, comparado com o sistema actual. Até porque não tenho carta de
condução.
Mas o mesmo artigo
refere algumas das infracções ao código da estrada que hoje são consideradas “muito
graves” e que, acumuladas, podem levar à suspensão da autorização de conduzir.
Enumeram-se:
excesso de álcool, traços contínuos, sinais de vermelhos, excesso de velocidade,
telemóveis.
Alguém me explique
porque é que a situação ilustrada com a fotografia anexa não é também uma
infracção muito grave?
Ou obstruir os
passeios, obrigando os peões a colocarem a sua vida em risco ao caminharem na
faixa de rodagem é coisa leve e de pouca importância?
Mais ainda: não se
trata de um acto irreflectido, fruto de distracção ou estímulos externos. É uma
decisão deliberada, que obriga a manobrar a viatura em marcha lenta e atenta
para evitar o bater em muros ou postes.
Poder-se-á até
classificar de “tentativa de assassínio por negligência”, se levarmos as
classificações ao limite.
E isso não é
grave?
Nota adicional
Vou ser juiz em
causa própria, mas…
Esta fotografia
tem já uns anitos. Se o EXIF não me engana, remonta ao ano de 2008. Foi feita
com um telemóvel: um Sony Ericsson I800 com uns “míseros” 3.3 mega, um aparelho
já arcaico pelos padrões actuais mas que, e por mero acaso, ainda está em uso
para satisfação do seu proprietário.
Fiz a fotografia
para demonstrar o absurdo e perigoso do estacionamento nos passeios, empurrando
os peões para a faixa de rodagem.
Claro que a
fotografia é resultado da oportunidade: eu estava lá quando a senhora com o bebé
passaram.
Mas eu vi-os vir e
esperei pelo momento. Logo, foi oportunidade e decisão.
E a decisão foi a
de fazer “o boneco” em contra-luz. Ou, se preferirem como eu, assumindo que a
luz que ilumina a acção está do lado de lá. Como já tenho falado por aqui.
No entanto, volto
a referir que estou a ser juiz em causa própria, repare-se como a ligeira
sub-exposição nas figuras, em contraste com o asfalto ligeiramente
sobre-exposto, bem como a sombra projectada para cá, incrementa o dramatismo da
situação. Por oposição ao ser feita de lá para cá, com tudo mais ou menos
uniformemente iluminado.
Foi uma questão de
oportunidade? Foi sim senhor! Foi uma decisão consciente? Foi sim senhor! Mas
também foi fruto de um pedido prévio feito à senhora, com um “Posso?” lançado
de onde estava e com um acenar positivo da sua cabeça.
Sei que estou a
ser juiz em causa própria, mas gosto de justificar e demonstrar o que penso e
afirmo.
By me
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