Um
destes dias, numa acção de formação informal, sugeri que se fizesse um conjunto
de imagens. Defini, genericamente, o conteúdo e a forma e deixei que cada um a
fizesse a seu gosto.
Uma
das participantes veio ter comigo, dizendo-me que tinha feito o sugerido mas
que não estava a gostar do resultado. E mostrou-mo.
Olhei
de relance, fiz-lhe uma ou duas perguntas sobre o seu back ground fotográfico,
e dei-lhe uma sugestão de composição alternativa. Que respeitava o que havia
sugerido.
Veio,
depois, dizer-me que assim já gostava.
Claro
que me doeu um pouco ter feito o que fiz. A sugestão dada baseava-se numa regra
de composição e eu detesto mesmo falar nelas e induzir os formandos a usa-las.
Prefiro, de longe, dizer-lhes que existem, quais os seus fundamentos e
utilidades mas apenas uma vez. A partir daí, o seu uso ou não terá que ser de
acordo com as preferências e gostos de quem fotografa.
No
entanto, esta situação veio recordar-me uma outra questão:
O
público em geral não tem que saber porque gosta ou não daquilo que fazemos. Poderá
sabê-lo, em particular se for um público mais atento e interessado. Mas não
espero ou desejo que o saiba.
É
papel nosso, os profissionais da imagem, saber o que agrada ou não ao público e
agir em conformidade. Quer fazendo aquilo que lhe agrada quer fazendo aquilo
que lhe desagrada. Sabendo de antemão as reacções que ele, público, irá ter.
Qualquer
um faz uma imagem: basta carregar no botão. Agradar ou satisfazer quem a veja
depois pode ser uma questão de casualidade ou uma reacção induzida e prevista.
Separa
o comum dos produtores de imagem dos amadores entusiastas e profissionais o
saber porque agrada.
As
regras, essas, podem ou não ser usadas. E podem até ser criadas novas.
Mas
o que importa, acima de tudo no mundo da comunicação visual, é sabermos as
reacções do público e trabalharmos em função delas.
By me
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