Quando acontece
jantar sozinho em casa, coisa que as disparidades dos horários de trabalho não
permitem lá muito, gosto de o fazer com a cabeça a trabalhar em qualquer coisa.
Claro que não há
um TV ligado, apenas uma música de fundo vinda do lado, umas vezes escolhida,
outras ao calhas, numa estação de rádio.
Uma das formas que
tenho de o fazer é pegar num livro ao calhas e abri-lo em qualquer parte. E
onde os olhos pousarem servirá de mote durante a refeição. Tenho tido algumas
cogitações interessantes, assim. Mesmo que com literatura de cordel.
O que agora me
calhou em sorte foi o que se copia abaixo, do livro “A prática da arte”, de
Antoni Tàpies.
Achei que deveria
partilhar. E, não querendo subverter a metodologia da leitura, fotografei quase
ao calhas a parede deste meu canto, tendo apenas o cuidado de balancear os
brancos.
“E nem falemos de
todas as estéticas dos mercenários para acelerarem o consumo de certos produtos
– hoje tão nervosos “à procura da respeitabilidade e de um estatuto finalmente
artístico”, como diz Christiane Duparc; dos que hoje julgam que tem tanta
importância um Gernica como um cartaz a anunciar umas calças ou uma marca de
automóvel; dos estetas do “conforto”, material e espiritual, do ópio do falso
“moderno” decorativo, da arte do xarope e do não dizer seja o que for que
comprometa, que é o que mais adoram os vigilantes oficiais da cretinização
sistemática da sociedade.”
By me
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