terça-feira, 5 de agosto de 2014

Desculpem lá



Desculpem lá qualquer coisinha, mas esta eu não deixo escapar.

Vejo gente a querer entrar no mundo da produção e comércio da fotografia.
Bem vindos!
Oferecem-se essas pessoas para cobrir fotograficamente os mais variados tipos de eventos, bem como fazer books (seja lá isso o que for) e fotografia de charme.
Sendo que não estou no mercado, não fazemos concorrência recíproca. Perfeito.
Exibem nas páginas que possuem on-line alguns exemplos do que são capazes de fazer.
Certo! Ninguém nasceu sabendo tudo e o tempo haverá de lhes melhorar o olho e a mão.
Exibem como atributos para o que fazem imagens do material que possuem. Alto lá!
Não é o material que faz o trabalho, mas ajuda. Ajuda no fazer e ajuda no convencer potenciais clientes do que são capazes de fazer.
Mas garantidamente que não me convenceriam ao mostrarem-me um conjunto de três, quatro ou mesmo cinco objectivas e dois ou três corpos e nem um só pára-sol. Nem um para amostra.
Eu sei que algumas marcas vendem os pára-sol como um extra. Também sei que os preços oscilam entre os vinte e pouco e os mais de setenta euros, dependendo da marca e da objectiva.
Mas não ter um só pára-sol num conjunto de trabalho que será utilizado em estúdio ou em exterior diz-me muito de quem se propõe a fazer os trabalhos.
E o que me diz não é nem um nico abonatório.
Que, por muito boa que seja a objectiva, por excelente que seja o sensor, por complexo que seja o processador de imagens, um simples flare vai destruir todo um dia de trabalho. As cores, os contrastes, os brilhos, os detalhes… tudo pode ir por água abaixo porque se não comprou uma porcaria de um pára-sol, vendido como extra.
Tenho tido as guerras mais feias e as discussões mais agrestes com responsáveis por equipamento e vendedores por não fornecerem os pára-sol adequados às objectivas, por não quererem gastar mais uns trocos nos orçamentos para este “extra” que pode garantir a fidelidade de um cliente ou assustá-lo para qualquer outro concorrente no ramo.
Infelizmente, já gente altamente colocada em empresas de alto gabarito vieram, mais tarde, dar a orelha a torcer por não me terem dado ouvidos na altura certa.
Querem agradar a potenciais clientes? Mostrem-lhes imagens do vosso material, em que os pára-sol servirão para aumentar o volume do equipamento, mesmo que os nubentes não saibam para que serve. Sabem vocês.
Querem convencer um eventual empregador? Mostrem-lhes que têm os pára-sol certos. Se ele perceber da poda, entende-os.
Querem fazer contra-luzes? Usem o raio do pára-sol! Tirem-no se o flare for desejável, mas tenham-no posto em todas as outras ocasiões.

E, se outro motivo não existir, posso-vos garantir que já parti dois pára-sol de plástico com pancadas que dei com a câmara em obstáculos. Mas nunca uma objectiva. Comparem os prejuízos!

Usem o pára-sol, raios!


By me

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