Esta
é a silly season.
Em
pleno Agosto, os políticos estão escondidos nas suas casas de férias, faltando
protagonistas para alimentar páginas e aberturas.
A
mortandade em Gaza diminuiu, sendo que umas meras três ou quatro vítimas diárias
já não justificam textos ou imagens que afrontem os todo-poderosos.
Do
banco vai-se falando, que assim tão depressa passar-se de bestial a besta é notável.
Mas, ainda assim, com luvinhas de pelica, que há nomes que convém não
escarrapachar nas manchetes.
O
ébola é lá longe e perigoso, mas o skipe faz as reportagens e convém não criar
alarmismos. Porque, e como dizia Fernão Lopes nas suas crónicas, Lisboa é o
melhor porto de África.
Os
clássicos incêndios florestais não colaboram, diminutos que são devido a um
estio fresco e húmido.
Nem
as estatísticas sobre os desempregados registados aquecem os média. Afinal, o próprio
termo “registados” denuncia muita coisa que não é conveniente divulgar.
Já
nem o futebol fornece os casos do costume que ponham gente e especialistas a
perorar sobre o que nem sequer viram.
Quanto
às “primarias” para breve, apesar de serem inovação de legalidade duvidosa e
indutoras em erro democrático os cidadãos, estão a banhos, à espera da reentrée.
Falta,
para animar as hostes jornalísticas, um qualquer escândalo social ou um
qualquer desaparecimento infantil, que justifique reportagens infindáveis e
relatos entediantes, que nada acrescentam mas que alimentam tiragens e audiências.
Obviamente
que o fechar de mais um café aqui no bairro, ou o entaipado interior que se
constata nas montras dos centros comerciais ou mesmo a redução de papo-secos
per capita não justifica reportagens em directo ou manchetes ilustradas. Que isso
não é novidade.
No
fim de contas estamos na silly season e, mesmo que murcho, Agosto sempre é
Agosto. E não é mediaticamente correcto estragar as férias do público!
By me
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