Vejamos
as coisas desta forma:
Existem,
basicamente, três tipos de audiovisual: Ficção (ou entretenimento), documentário
e informação.
Na
primeira categoria cabe tudo e mais um par de botas. Podem ser contadas todas
as estórias e histórias que, forma e conteúdo, são entendidos como ficção pelo público.
Não há enganos nem tentativa de enganos.
Na
segunda categoria contam-se histórias usando alegorias. As imagens e/ou sons
podem não corresponder aos factos que se querem contar. Mas estes, os factos, são
verdadeiros. Aquela história aconteceu mesmo e os sons e as imagens são ilustrações
interpretativas. Quem vêm um documentário sabe-o e não toma por verdadeiro o
que vê ou ouve. Sabe que são alegorias, sendo que podem ou não corresponderem
aos factos. Narrados.
A
terceira categoria é rigorosa. Não é passível, legal ou eticamente, de serem
introduzidos sons ou imagens em informação que não sejam reais. São
interpretadas como tal, são contadas como tal e a fidelidade ao real é o factor
primordial para a credibilidade.
É
com base nisto que alguns jornais, rádios e televisões são credíveis e o que
noticiam é tomado ao pé da letra. E é com base nisto que alguns jornais, rádios
ou televisões têm o cognome de “treta”, não sendo credível o que nos contam.
Note-se
que este conceito de credibilidade é válido na forma e no conteúdo. Na história
que é contada e na forma como é contada. Um audiovisual feito como verdade mas
que seja apenas meia-verdade no relato, meia-verdade nos sons, meia-verdade nas
imagens é embuste, é uma quebra de ética, punível ou não por lei.
Faço
muita questão que naquilo que faço e que aqui vêem, bem como naquilo que faço e
que aqui não vêem, as águas estejam bem separadas:
Ficção
é ficção, documental é documental, informação é informação.
Mas
sabemos, infelizmente, que a ética é como a palavra de honra: fora de moda,
arcaica, algo que consta dos romances de cordel ou não, que os nossos avós
tinham por importante, que alguns se esforçaram por escrever a esse propósito,
mas que não é conforme a interesses económicos e, muito menos, tem cabimento em
mentes de arrivistas interesseiros.
Gostava
de ter uns três ou quatro milhares de livros sobre ética no audiovisual. Para
os deixar cair, todos de uma vez, em cima de algumas cabecinhas pensantes ou
executantes da treta.
By me
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