São
dois símbolos que, nos tempos que correm, são transversais a quase todas as culturas:
a ampulheta e a gadanha.
A
primeira, muito naturalmente, porque contadora de tempo.
Ao
invés do relógio, em que os ponteiros definem ciclos temporais que se sucedem
sem parar, assim haja corda ou pilha para tal, a ampulheta marca o tempo
finito. Tal como a vida, também a areia se esgota. E o tempo de cada um de nós é
finito, por muito que não gostemos de pensar nisso.
A
segunda, costumamos vê-la nas mãos de uma figura em forma de esqueleto ou
coberta por um manto preto, ocultando corpo e rosto: a morte.
E
o seu simbolismo passa por, sendo uma foice e manobrada de pé, corta tudo a
eito, boas e más ervas e plantas. São todos iguais perante a morte.
Tenho
diversos aparelhos de medir o tempo, aqui por casa. Ampulhetas incluídas. Além
de serem objectos bonitos, são úteis quando queremos cozinhar, por exemplo. E
como adereços fotográficos, naturalmente.
A
gadanha, apesar de já ter manobrado uma, não tenho. As que vi à venda são
demasiado modernaças, com cabo em alumínio, para fazerem o seu papel em
fotografia. Para já não falar no seu tamanho, que implica um razoável espaço cénico.
Talvez que um dia encontre uma que me agrade, quem sabe a que me leve.
Vem
tudo isto a propósito da morte recente de um actor, Robin Williams.
A
gadanha, levando todos a eito, leva também aqueles que são bons. E nada sabendo
dele enquanto pessoa, todos os filmes dele que vi me deixaram excelente marca.
Pela interpretação e pelos personagens que interpretou.
Ainda
hoje me deixam arrepiado e com uma lágrima no canto do olho aquele desenho tosco
pendurado na parede ou aquele subir às mesas, solidário, com o grito “Oh captain,
my captain!”.
By me
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