sábado, 23 de agosto de 2014

Luz e digital



Como se explica, em duas penadas e a quem não está de todo vocacionado para a questão, o que é temperatura de cor, calibração de equipamentos e sensibilidade visual humana?
Fácil! Rapa-se da câmara de bolso e demonstra-se.
Mais difícil de explicar e demonstrar é o quão errados estão os ecologistas ao advogarem os usos das novas tecnologias de iluminação doméstica.
Efectivamente gastam menos energia para produzir a mesma quantidade de luz. Mas…
São muito mais caras na produção das lâmpadas, estas possuem circuitos electrónicos que esgotam recursos, contêm gazes nocivos e não reciclados… No total, entre somar custos globais e vantagens globais, as vantagens serão maioritariamente para os fabricantes, se considerarmos que a energia pode ser sustentável com o recurso a renováveis.
Mas, muito pior: a transformação que estas novéis formas de iluminar estão a provocar no ser humano.
Desde sempre que este vive com o espectro luminoso total. Do infravermelho ao ultravioleta, todos os comprimentos de onda visíveis. Tanto oriundos da luz natural (sol) como das demais que fomos inventando ao longo dos séculos: queimando algo.
Acontece que as novas formas de iluminação não têm todos os comprimentos de onda. Em maior ou menor proporção, têm uma dominante verde, em curva ou risca. E esta dominante é tanto maior quanto o envelhecimento ou tempo de uso da lâmpada (leia-se gás no seu interior).
Ao passarmos hora e horas, dias, meses seguidos, com este tipo de iluminação como principal, alteramos a nossa própria capacidade de aferir cores, assumindo que uma dominante esverdeada é natural. E que aquilo que é iluminado pelo sol é demasiado azul ou vermelho.
Estamos a modificar a nossa relação com o mundo em que vivemos.
E eu, que necessito da acuidade visual para o que faço todos os dias, tenho diversas experiências e situações que bem o demonstram.

Sugestão para os cépticos:
Comprem duas lâmpadas economizadoras no mesmo dia, da mesma marca e modelo. Guardem uma e ponham a uso a outra. Passados seis meses liguem a não usada e comparem a luz resultante. A olho nu ou recorrendo ao registo de uma câmara fotográfica.
Podem fazer o mesmo teste com as novas “lâmpadas” de LED, se bem que eu ainda o não tenha feito.
Na imagem: câmara calibrada para a luz solar.
Da esquerda para a direita:
Um papel branco sob a luz solar, o mesmo papel branco sob a luz de uma lâmpada economizadora, o mesmo papel sob uma “lâmpada” de LED.
Nenhuma correcção de cor, saturação, brilho ou contraste.

Quando acabei de explicar em três penadas estes fenómenos ao empregado do café aqui da rua, tinha uma plateia de sete pessoas – ele e mais os seis clientes presentes – a querer ver os resultados.

O digital tem vantagens, digam lá o que disserem.

By me

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