Sentou-se aqui
mesmo, à minha frente.
O seu cabelo,
negro asa de corvo, não condizia com o alvo que se via nas suas raízes.
O multicolorido
que trazia no rosto, digno de um qualquer mostruário de cosméticos, em nada
condizia com as inúmeras rugas que o tempo havia cavado.
As roupagens, de
cortes e cores incomuns em qualquer lado… não emito comentário.
Não gostei Não
gostei mesmo.
Não gostei mesmo
de eu mesmo não ter gostado. Que quem sou eu para gostar ou não do que alguém
tem em cima, da forma como alguém se apresenta.
Aquela velha
senhora (muito velhinha mesmo) queria com o seu visual conservar uma juventude
que já não possui. E não gostei que vivesse de aparências, tentando “enganar”
os outros e ela mesma com atavios incongruentes.
Mas,
principalmente, não gostei que eu não tivesse gostado.
O seu sorriso,
franco e alegre, bem demonstrava estar feliz assim. A sua “incongruência” é a
sua felicidade.
E eu,
raismapartam, não estava a gostar da sua felicidade.
Não gostei de mim!
By me
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