Há
coisas que me fazem sair do sério! E a subserviência é uma delas.
Fazer
variar comportamentos em função da posição social ou do poder político ou
económico é uma das atitudes que se pode considerar de subserviência e que me
faz sair do sério!
Em
frente da minha objectiva já esteve todo o tipo de gente. Políticos, gente
criadora, desportistas, figuras mundialmente conhecidas e outras notoriamente
desconhecidas. Para alguns destes, o simples facto de poder estar em frente a
uma câmara e de ter a sua imagem registada e/ou difundida é momento ímpar e
digno de evidência. Para outros, é um acto corriqueiro e que faz parte da sua
actividade normal.
A
todos faço questão de tratar por igual, pelo menos enquanto estou a exercer o
meu ofício, e independentemente da simpatia ou antipatia que possa sentir por
eles. Claro que quando a câmara é a minha e estou a fazer o que faço para meu
prazer e satisfação mútua, as atitudes são diferentes. Mas enquanto
profissional, sou neutro.
E
ao dizer “tratar por igual” entendo não apenas a forma como faço a captação da
imagem mas também a cordialidade com que trato os intervenientes, a urbanidade
da minha linguagem, a habitualidade dos meus gestos e a normalidade dos meus
trajes.
Enoja-me
constatar que alguns que comigo ombreiam no quotidiano, ao saberem da presença
de um poderoso, alteram comportamentos. Os sorrisos, as vénias, as expressões
delicodoces, as satisfações dos mínimos desejos… Alguns e algumas há que, em
sabendo com antecedência o estatuto da figura que se apresentará, alteram o
tipo de vestuário, mudando de informal e de trabalho para formal e cerimonioso.
A
tolerância e aceitação das preferências e comportamentos alheios é algo que
devemos praticar a cada minuto.
Mas,
por favor, não me obriguem a privar, para além do estritamente necessário, com
gente subserviente.
By me
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