Rola
o circo agora mesmo!
Os
manifestantes marcham, os policiais aguardam, as televisões vão mostrando, os
cidadãos vão assistindo onde podem a festa da contestação.
Que
de festa pouco teria, não fossem as expectativas que sangue aconteça. Esperam
os cidadãos, esperam alguns manifestantes, esperam alguns contra-manifestantes,
esperam os media.
E,
no meio deste circo de rua, ou por entres outros que temos assistido, não vejo
nem oiço falar dos outros dramas que sucedem, diariamente, por todo o país que
não apenas em São Bento: as lojas que fecham.
Contam-se
por dezenas as que, nos últimos meses, fecharam portas aqui na minha freguesia.
De todos os ramos, chineses incluídos.
Não
esqueçamos que por cada loja que fecha portas são no mínimo duas pessoas que
perdem o posto de trabalho. Por vezes a família toda.
Mas
estas tragédias não aparecem nos jornais, não abrem noticiários, não são
contadas na net. De tão corriqueiras que são, passaram de notícia a estatística,
como se cada ser humano ser trabalho e sem pão não passasse de um número.
O
circo rola e, em acabando a função, regressarão a casa.
Com
palmas por terem estado, com palmas por terem feito, com tiragens e com audiências
por terem mostrado.
Aqueles
que assim deixam as lojas, alguns, já nem casa têm para onde regressar.
Raisparta
a competitividade. Deste e dos anteriores governos, que a incutem desde
pequeninos nos cidadãos. Reduzindo-os a números e actores de rua para gáudio ou
desespero dos que ainda não fecharam portas.
By me
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