No dia de hoje
celebram-se um sem número de nascimentos. Tal como de falecimentos.
Datas importantes
para os próprios e respectivas famílias.
Tal como nem sei
quantos outros eventos importantes. Imaginem, por exemplo, quantas declarações
de amor terão sido feitas, neste mesmo dia do ano desde, suponhamos, o início
deste século.
No entanto, e para
além de todas estas eventuais celebrações, algumas há que são transversais a
povos inteiros.
E os media falaram
disso, com mais ou menos intensidade.
O atentado de
Atocha, em Madrid, é uma delas. O desastre de Fukushima é outra.
Qualquer uma delas
é importante a seu modo ainda hoje, apesar de terem, respectivamente, 10 e 3
anos.
Do desastre japonês
sabemos que a radiação daí proveniente ainda não terminou, que a nuvem
radioactiva, bem como a maré radioactiva, se vai deslocando pelo pacífico e
pelo interior do continente asiático. Com as consequências que não querem que
saibamos por completo mas que existem.
Do atentado
espanhol, e para além das mortes trágicas, marcou o início de uma época. Foi
dias depois dela que aconteceu a primeira manifestação popular convocada por telemóvel
e SMS, à margem de organizações partidárias e/ou sindicais.
De então para cá já
não há capacidade de contar quantas assim surgiram, incluindo as convocadas nas
redes sociais. A primavera Árabe é um bom exemplo, nos acontecimentos e nas
restrições governamentais às redes de net e telemóveis. Mas a de Madrid foi a
primeira.
Falaram os media
dos atentados e das tragédias, deixaram de parte a questão “subversiva” de os
povos se manifestarem à margem das das contestações convencionais.
Tal como os media
portugueses foram unânimes no silêncio sobre o que se comemora em Portugal nesta
data: 11 de Março.
Não importa se se
está de acordo ou contra o que sucedeu nesse dia de 1975, bem como o “verão
quente” que se lhe seguiu.
Importa, antes
sim, assumirmos que esses acontecimentos marcaram a história, estão na origem,
para o bem e para o mal, do que hoje vivemos por cá. Que seria este país se não
tivesse acontecida aquela tomada de poder? Ou que teria acontecido se aquela tomada
de poder tivesse vingado? Ou que teria sucedido se nada daquilo tivesse
acontecido?
O 11 de Março de
1975 foi um marco importante e qualquer pessoa com mais de 39 anos viveu-o
neste país. Concordasse ou não com ele.
Não falarem dele
os media é escamotear o passado, é apagar o que não interessa e, talvez bem
mais importante, não dar a entender que as forças políticas e as forças
populares unidas com as forças militares, conseguem derrubar um mau governo em Portugal.
E há que ter muito
cuidado nos exemplos que se possam divulgar, não vá alguém ter ideias hoje.
By me
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