sexta-feira, 28 de março de 2014

Alerta de naufrágio



Por vezes acontece assim: acordo de manhã e, querendo aqui deixar algo, não tenho inspiração QB.
Nessas ocasiões socorro-me de arquivos, procurando textos e fotografias já com uns anitos e que o tempo não os tenha feito perder actualidade. Não importa o tema.
Foi o caso de hoje mesmo.
Fui encontrar um textinho publicado há dez anos, contendo a relação dos barcos salva-vidas existentes na costa portuguesa em 1900, bem como as suas localizações. Eram 18, bem como 9 carros porta-cabos e 6 espingardas lança-cabos.
Interessante, principalmente se quisermos fazer uma comparação entre o esforço de então e o esforço de hoje em função dos recursos e tecnologias disponíveis. No mar e no resto da vida dos portugueses.
Estava esse texto ilustrado com esta fotografia: o barco de socorros a náufragos “Alhandra” pertencente aos respectivos bombeiros voluntários.
E tanto o texto como a imagem remontam a 1943. O primeiro do livro “Aparelho e manobra de navios” de João Brás de Oliveira e que consta aqui por casa, a segunda recolhida da net, do site dos respectivos bombeiros.

Entendi eu, olhando para os arquivos, que a fotografia está tecnicamente fracota. E decidi ir recolhê-la de novo, quiçá dando-lhe algum tratamento que a melhorasse. Impossível!
O site, com o nome de então, já não existe e estive mais de meia hora “chafurdando” em torno de motores de busca para a encontrar mas sem sucesso.
A que aqui está exibida é a que recolhi então e que, mania minha, está arquivada por aqui.

Sirva isto de referência e alerta para todos os internautas. Tanto os que pesquisam como os que colocam conteúdos.
Aquilo que encontramos ou publicamos hoje pode já não estar disponível amanhã, mesmo que seja relevante. O desinteresse dos donos das páginas, os negócios dos servidores de espaços virtuais, as alterações de políticas ou muito simplesmente os acidentes, fazem com que o arquivo virtual desapareça em menos de nada.
Disponibilizar ou usar o conhecimento virtual é isso mesmo: virtual. E se não houver o cuidado de o guardar em local seguro, facilmente acontecem situações como a que descrevi.
E, garanto, um local seguro não é um site ou “a nuvem”, cuja conservação em nada depende de nós.



By me

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