Ponham-me
o carimbo que puserem, tenham lá paciência, mas esta é a minha opinião.
O
sistema ensino/aprendizagem deveria ser gratuito!
Não
tendencialmente gratuito!
Não
subsidiado!
Gratuito!
Pago
pelo colectivo!
Em
todos os graus, do pré primário ao superior!
Em
todas as instituições e para todos os estudantes/aprendizes!
Em
todos os aspectos: frequência, material didáctico, alojamento inclusive!
Eu
explico o porquê:
Um
cidadão válido na sociedade é aquele que, tendo um elevado grau de autonomia e
estabilidade material, emocional e intelectual tem, para além disso, uma
contribuição útil no e para o grupo em que se insere.
Esta
contribuição pode ser através de uma actividade física, intelectual ou mista. E
será tanto mais útil quanto melhor preparado estiver e, consequentemente,
melhor o desempenhar.
O
fazer um curso, seja de que grau for, não apenas lhe permitirá ter uma vida
mais confortável e tranquila como, com o resultado do seu trabalho, contribuir
para que a sociedade evolua no mesmo sentido.
Logo,
ter um curso (tecnológico, profissional, superior) é uma mais valia para a
sociedade onde se insere, e não apenas para ele.
O
paradigma desta afirmação é a actual carência de médicos pediatras, obstetras e
geriatras que grassa em Portugal. Tal como de calceteiros, canalizadores e
mecânicos.
Ao
limitar-se o acesso a esses mesmos cursos e preparações através das condições
materiais do estudante ou da sua família, está-se a cercear o desenvolvimento
social.
E
isto constata-se através da quantidade crescente de alunos que, todos os anos,
deixam o ensino superior e politécnico por falta de meios económicos. Veja-se
um relatório recente da Universidade do Minho. E as estatísticas sobre a
redução do número de estudantes nos cursos profissionais.
Os
cursos que permitem o exercício de um oficio ou profissão reflectem-se mais na
sociedade que no individuo. É uma questão de qualidade de vida. É um
investimento da sociedade nela mesma.
Ao
exigirem-se pagamentos para frequentar esses mesmos cursos, está-se a fomentar
e existência de elites, não pelos seus potenciais intelectuais ou de desempenho
e habilidade, mas antes pelos seus antecedentes familiares e condições
sócio-económicas.
E,
naturalmente, a reduzir a qualidade de vida de todos.
Na
sociedade actual, pautada basicamente pela competitividade desenfreada e pelo
sucesso económico, limitar o acesso à preparação técnica e cientifica do jovem
é um suicídio colectivo, lento, metódico e consciente.
By me
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