domingo, 2 de março de 2014

Velhos hábitos



Conheci uma veneranda senhora que foi tradutora simultânea durante o julgamento de Nuremberg.
Senti-me particularmente pequenino, ao saber o que ela tinha vivido e os horrores que tinha sido levada a traduzir e repetir.
Contou-me ela que, anos depois, fugira da Alemanha Democrática, ou de Leste. Vivia na cidade de Dresen e não suportava as actividades da polícia política Russa, conhecida por KGB, naquela cidade.
E acrescentou que essa polícia era localmente chefiada por Vladimir Putin, o mesmo que hoje chefia o governo na Rússia.
Chamam a esse país e governo, alguns por cá, de esquerda. E tomam o seu partido na questão ucraniana. Em oposição aos que exibem suásticas e saúdam de mão esticada e braço erguido. A que chamam de fascistas ou nazis.
Tivessem esses mesmos, que assim tomam posição, bem como os que se colocam do outro lado da barricada ideológica, andado a fugir aos bufos e agentes de uma qualquer polícia política (alemã, russa, portuguesa, espanhola, chinesa, argentina…) e estou certo que não defenderiam nenhum dos lados tão levianamente.
Não defendo nem apoio nenhum regime, mesmo que em versão “ligth”, que limite a liberdade de agir ou de pensar. E que persiga com polícias quem faça ou pense de outra forma que não a do poder instituído.
Seja ele de esquerda, de centro ou de direita, cristão, judaico ou islâmico, terceiro-mundista ou o que quer que seja.

E, já agora, os chamados “liberais” não são melhores. Só que, no lugar de perseguirem, educam. Formatando o pensamento de pequenino ao invés de o censurarem.

By me 

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