quinta-feira, 20 de março de 2014

Lucubrações



Por vezes acontece: acordar de manhã com uma ideia fixa, uma dúvida, e não encontrar descanso enquanto não a esclarecemos. Foi o caso de hoje!

Ainda o primeiro cigarro não ia a meio, já eu folheava uma enciclopédia em busca de satisfação. E nada!
Higiene, vestuário, dejejum, café e vários cigarros depois, continuei as pesquisas: dois almanaques, três agendas, quatro jornais diários pagos, três jornais gratuitos, dois folhetos de supermercado, a montra de uma papelaria e coisa nenhuma. A dúvida mantinha-se!
No meu desassossego, alarguei o âmbito da busca e envolvi terceiros: a coscuvilheira do prédio, dois militares da GNR, três serviços informativos telefónicos, quatro jornalistas, três políticos, duas vendedoras de rua e um chefe de serviço.
Continuei sem ficar esclarecido. Aparentemente ninguém sabia nada sobre o assunto: ou nunca tinham ouvido falar ou nem sequer se tinham preocupado com o tema.
Devo dizer que esta pesquisa teve resultados funestos: De manhã, a caminho da estação, passei numa repartição pública e expus a minha dúvida. Há pouco, ao regressar a casa vi por lá as luzes ainda acesas, um montão de papeis e caixas na rua e uma grande algazarra no interior. Suponho que ainda estejam à procura do impresso adequado à minha questão.

Fiquei assim convencido, depois de tanto procurar, que tinha razão.
Desapercebido, este dia 20 de Março tinha caído no esquecimento e não tinha sido declarado dia do que quer que fosse, entalado que está entre a hipocrisia do dia do pai e a marca astronómica do equinócio de Março (da Primavera para uns, do Outono para outros).

Fútil ilusão!
Ao sentar-me aqui, em frente ao teclado, pensado em declarar o 20 de Março como o dia mundial do JC (e porque não?), constatei, logo no primeiro motor de busca, que já tinha sido ocupado!
É o dia mundial da Felicidade.
Também… e porque não? No meio de tanta data e festejo, suponho que também este tema tem direito a ter um dia.
Eu a pensar que ainda ia encontrar um livre para ocupar e afinal estavam mesmo todos já preenchidos. Com o Dia Mundial disto, o Dia Mundial daquilo…. Com todo o comércio, propaganda e interesses mais ou menos escondidos neles.


Para Felicidade de todos nós, ainda restam aqueles, o de hoje e os restantes três do ano, que não dependem de uma qualquer arbitrariedade humana para serem especiais.

By me

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