O
texto e a fotografia datam de 2007. Faz hoje exactamente sete anos que o
escrevi e publiquei.
Infelizmente,
para a questão que nele coloco ainda não encontrei solução útil. De uma forma
ou de outra, tem sido o “nada fazer” que tem sobrevivido.
(Como
nota extra, e a título de curiosidade, repare-se como o número sete acaba por
ser importante nas nossas vidas, de uma forma ou de outra. E, se não for no
calendário (dias de semana) acaba por ser em tantas outras. Repare-se também como
sete é um quarto de vinte e oito e que vinte e oito dias correspondem ao ciclo
lunar completo.)
Mas
passemos ao assunto importante:
Por
vezes somos apanhados nestas encruzilhadas!
Há
mais de trinta anos que vou lidando com imagem, fotográfica, videográfica e,
muito esporádica e pouco profundamente, cinematográfica.
Tenho-a
feito, degustado, analisado, estudado, sendo que continuarei a fazê-lo enquanto
tiver forças para tal.
Apesar
de nunca me ter preocupado - e continuarei a não me preocupar - com títulos
académicos, canudos ou certificados, o certo é que volta e meia sou chamado a
dar formação sobre o pouco que sei, tentando passar para os alunos ou formandos
o que de teórico e prático tenho vindo a aprender. Com o que tenho feito, com o
que tenho aprendido e com aqueles que me têm dado a honra e prazer de me ensinar.
Mas,
nesta actividade didáctica a que me tenho dedicado, um dos problemas com que me
tenho debatido é a falta de bibliografia adequada para recomendar. Os textos e
assuntos que interessam (teóricos, práticos ou subjectivos) estão distribuídos
por muitas e variadas obras, algumas muito superficiais, outras demasiado
profundas ou complexas. E, pior ainda que isso, a grande maioria são de autores
de língua estrangeira, editados nela ou traduzidos para português nem sempre
com o maior dos cuidados.
Já
me aconteceu ver-me em tamanhos assados que me vi na contingência de criar
sebentas ou, se preferirem, conjuntos de textos retirados daqui e dali, alguns
de minha própria e pobre autoria, tentando que, para o grupo de trabalho do
momento, contivessem a informação pertinente. Com as certezas que a ciência
permite e exige e com o grau de complexidade que os alunos atinjam e digiram.
Para
minha alegria, chegou-me um dia às mãos uma obra de um autor português que
abrange as matérias que interessam. Como formiga por açúcar, logo nele
mergulhei, primeiro superficialmente, de seguida mais em profundidade. E fiquei
seriamente frustrado.
A
obra em questão contém tantos e tamanhos erros científicos e conceptuais que
quase me sinto envergonhado de a possuir. Para já não falar em conceitos mais
subjectivos e, por conseguinte, discutíveis.
Depois
de a ler de imediato fiquei com uma certeza: este livro nunca o recomendarei e,
provavelmente, alertarei eventuais alunos que venha a ter para que não o
considerem, face à quantidade e calibre desses mesmos erros.
Mas
se a coisa ficasse por aqui, não seria mau.
Acontece
que a obra em causa é publicada com a chancela de uma instituição de ensino
superior e assinada por quem tem graus académicos de alto gabarito. O que lhe
confere uma credibilidade que não merece.
Face
ao perigo de desinformação e desensino que esta obra é, se cair em mãos de
estudantes desavisados ou curiosos em livrarias, ignorantes do seu conteúdo,
fico sem saber o que fazer.
Ou
coisa nenhuma e correr o risco de, num futuro, ser com ele confrontado por
alunos que o possam vir a ler;
Dar-me
ao trabalho de o corrigir, ponto por ponto, e de enviar essa correcção para a
universidade em causa, levando a que essa obra seja eventualmente reeditada com
as correcções, e os créditos atribuídos a quem não os merece;
“Pôr
a boca no trombone” nos média e alertar para o seu risco, criando assim um
inimigo para o resto da vida e ter, ainda por cima, que confrontar os seus
graus académicos com os que eu não possuo.
Qualquer
uma das soluções me dará muito trabalho e canseira, a curto, médio ou longo
prazo, quer seja confrontando-me com o autor, com a instituição ou com alunos.
E eu não sei que fazer, honestamente.
Aceito
sugestões!
By me
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