Texto
e imagem têm sete anos. Rigorosamente sete anos, que os publiquei em 10 de
Março de 2007.
É
que, na falta de melhor inspiração hoje, fui dar uma olhada nos arquivos.
O
curioso é que, tendo deixado de trabalhar com aquela escola, passei a ser
cliente assíduo da loja onde os factos ocorreram.
Vejamos:
O
dia fora um daqueles!
Tentara
fazer render cada minuto, dividido entre os dois grupos de trabalho e não
deixando de dar atenção aos outros formadores que por ali estavam, querendo
saber mais umas dicas e conselhos.
Mas
o trabalho com a gente jovem, ainda que tenha atingido parcialmente os
objectivos, foi frustrante. Tanto por dizer, tanto por aprender e tão pouco
tempo!
Saí
de lá num misto de depressão com aquilo que ficara por fazer e o alívio por
aquilo já não me dizer respeito (mas fica-se sempre de alguma forma
responsável!)
Tudo
isto, aliado ao cansaço do trabalho e da caminhada feita no final para aliviar
a tensão, levou-me a atravessar meia cidade em direcção a um restaurante
conhecido. Não apenas não me preocuparia com as confecções como teria a
tranquilidade para deixar sentimentos no papel, entre os comes e os bebes. O
que fiz!
Mas
precisava de um objecto em particular para ilustrar o sentimento de vazio: um
balão. E, da imensidade de tralha inútil que tenho por casa, este não é um item
que conste.
Foi
assim que entrei numa loja de artigos festivos, ilusionismo e circenses, em
busca de um balão. Bastava-me um, ainda que meia-dúzia não fossem demais.
Sempre ficariam na caixa de inutilidades desarrumada na dispensa doméstica.
No
entanto, que horror! Pendurados no expositor, apenas sacos de cem balões. Para
que quero eu uma centena de balões?!
E
expus a questão ao jovem vendedor: Basta-me um, um só! E foi aqui que ganhei o
dia!
Perguntando-me
ele se só queria mesmo um e se seria de encher apenas ou de modelar, dirigiu-se
a uma embalagem e, com as artes mágicas próprias da loja, retirou um sem a
abrir. Entregou-mo e, com um sorriso, afirmou “Oferta da casa!”
Não
sei se seria o meu ar de cansado, com as minhas longas barbas brancas e a minha
pesada mochila num dos ombros. Não sei se pelo incomum do pedido. Não sei se
seria um dia especial para ele. Mas a verdade é que, num centro comercial, numa
loja de inutilidades e futilidades, me ofertaram um artigo em venda. Sem lucros
ou mais-valias! Sem nada em troca que não fosse um sorriso!
O
balão veio vazio, mas eu voltei a encher-me de fé nos homens. E, no lugar de
ilustrar um artigo de frustração e neura, aqui fica num outro de positivismo e
esperança.
Porque
não sei quem terá ficado mais satisfeito com este pequeno episódio: se eu que o
vivi, se ele por o ter provocado!
By me
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