Amanhã é onze de
Março.
Para a grande
maioria dos cidadãos portugueses, esta data pouco diz de especial. Para alguns,
no entanto, contará algo sobre um passado distante tanto quanto algumas dezenas
de anos.
As efemérides
diluem-se no tempo, perdendo importância em favor de outras mais recentes. A
menos que alguma instituição não as deixe esquecer, como a igreja, por exemplo.
Mas o dia de hoje
tornou-se único pela sua originalidade. Pelo menos para mim.
Na estação de
caminho-de-ferro do meu bairro, fui matando tempo até chegar a minha
composição. O normal. Tal como para alguns outros nas mesmas circunstâncias.
Sentados num
murete, um casal de Romenos. Pelo menos pareciam sê-lo. E entretinham-se a
contar algumas moedas, pouco mais que parcos trocos. Normal também,
considerando a forma como ganham dinheiro. E pouco.
O que já nada de
teve de normal foi ver mais três pessoas, isoladas, no mesmo entretém: a contar
trocos. Solitárias, quase que escondendo o que faziam, contando poucas moedas
na mão.
E nenhum dele
tinha aspecto de andar a pedir pelas ruas ou a vender pensos rápidos,
calendários ou “Borda d’água”.
Fala-se de crise,
troika e eventuais saídas limpas, se bem que quase ninguém saiba ao certo o que
significa.
Agora ver gente na
rua a contar uns poucos trocos…
Creio que todos
sabem bem o seu significado!
By me
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