terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ajuda



Claro que ajuda! Nestes tempos de crise,em que o dinheiro é curto e o optimismo raro, estas coisas ajudam.
Falo, naturalmente, dos jornais gratuitos.
Já nem sequer são distribuídos em mão, nas estações de caminho-de-ferro ou fluviais. Basta-lhes ter os escaparates metálicos, com o nome visível (as cores contam muito) e quem passa recolhe o seu.
Pouca páginas, que o papel está caro. Títulos sensacionalistas, como não poderia deixar de ser. Que se não forem apelativos sobre a desgraça alheia ou a que se antevê, ninguém os quer. Nos tempos que correm, que interesse tem ler sobre a vida de sucesso de um qualquer anónimo? Ainda se fosse do Jet Set…!
O desenvolvimento que apresenta é, nalguns casos, o conteúdo de entrada de um qualquer jornal que se preze. Pouco aprofunda, pouco conta que, em mais palavras, o que consta no título. Aliás, mesmo não as tendo contado, não creio que tenham mais de 100 palavras. 50, se for realista e se me quiser “esticar” um nico.
Já quanto ao que contam… A par com alguns assuntos que sei de verdadeiros, a sensação que tenho, quando me dou ao trabalho de os ler, é estar a olhar para a versão actual do “Jornal do Incrível” ou quejando.
Nalguns casos em que fui mesmo investigar, não encontrei uma fonte que fosse que confirmasse o ali relatado.
Para este tipo de”jornais”, tenho dois apodos: “folhas de couve” ou “pasquins”. Se bem que, sobre os segundos, ainda tenho alguma consideração.
Mas claro que ajuda!
Ajuda porque é de borla e, nos tempos que correm, há que aproveitar de tudo. E ajuda a manter a quantidade certa de estupidificação massiva, para que o rebanho mais não faça que ir e vir, trabalhar e procriar. Pensar, para além do mínimo, é perigoso.

Pergunto-me o que ou o quê, para além do negócio da publicidade, estará atrás destas publicações.

By me

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