Se
bem que as redes sociais não sejam o lugar indicado a confissões de ordem
privada, vou contar aqui um dos meus prazeres ou vícios privados e diários.
A
par com fotografia, tenho que, pelo menos uma vez por dia, fazer alguém sorrir.
De preferência, alguém desconhecido ou, no mínimo, alguém com quem não tenha
grande intimidade.
Admito
que este vício diário me é de tal modo importante que, em o não conseguindo, o
dia acaba-me mal, sendo-me difícil conciliar com o sono.
Vai
daí, e com medo que não suceda, trato de satisfazer este prazer privado na
primeira oportunidade.
Claro
que, com a idade e a experiência, acaba por não ser muito difícil, ainda que eu
procure encontrar soluções ou métodos que sejam diferentes.
Um
deles é fácil, barato e de resultados quase que garantidos.
Em
entrando num qualquer local onde eu seja atendido, o normal é darem-me a saudação,
num tom de quem me pergunta o que quero. Por exemplo “bom dia!”
A
resposta já a tenho engatilhada: “Obrigado O mesmo para si!” OU, mais elaborado
de dizer “Que os deuses lhe dêem o dobro do que me deseja!”
Isto
dito com um sorriso que tento que nada tenha de irónico, sarcástico ou
malicioso. Um sorriso, apenas.
A
primeira reacção é, também ela, padronizada: surpresa e suspensão do que se
estava a fazer ou dizer. E o olhar a tentar descortinar se estarei a gozar, a
insultar ou nem uma coisa nem outra.
Mantenho
o sorriso, faço um compasso de espera de uns três ou quatro segundos, e continuo,
desta feita dizendo o que quero dali: um café, tabaco, jornal, seja o que for.
Ainda
antes de pagar, ou mesmo de receber o que peço, tenho o meu troco: um sorriso.
Que quebrou, p’la certa, a rotina de quem está atrás de um balcão, atendendo
quem quer que ali apareça.
Saio
do estabelecimento com o que comprei (ou fiz ou pedi) e com a satisfação do
dever cumprido: se consegui fazer alguém sorrir, o dia não me pode correr muito
mal.
Garantido!
By me
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