Não
sou ciclista. Nem de turismo, nem de desporto. Tal como não tenho uma
bicicleta. Nem uma pasteleira das antigas nem uma das modernaças, leves, práticas
e rápidas.
Mas
reconheço as vantagens desta prática: tanto as ambientais como a de saúde. E
admiro os praticantes insistentes que, ao longo dos anos, têm conseguido melhorar
as condições da circulação em biciclo. Tanto na legislação, como na
visibilidade da prática como nas condições de segurança. E é divertido ver as
ciclovias pela cidade, garantindo a segurança dos ciclistas que nela circulam.
Mas
faz-me sair do sério o “ser-se mais papista que o papa”, aliado, talvez, a
interesses económicos, disfarçados de boas intenções para as duas rodas. Este é
um desses exemplos.
Na
Av. Frei Miguel Contreiras, em Lisboa, foi instalada uma ciclovia. Mas, e
considerando a largura da via, trataram de, com ela, extinguir o passeio. O tal
espaço que não pode ser ocupado por estacionamento automóvel e que é reservado
a peões.
Estes,
ao saírem da estação de caminho de ferro, são impedidos de caminhar, sendo
obrigados a transitar para o outro lado da rua, esperando que os automóveis respeitem
a passadeira e que esta não esteja bloqueada por carros estacionados, sob pena
de serem “insultados” pelos ciclistas ao verem o seu espaço ocupado por pacatos
caminhantes.
Faz
sentido apoiar as alternativas saudáveis e ecológicas. Tal como faz sentido
respeitar e apoiar as vontades dos cidadãos.
Mas
nem uma nem outra coisa justifica o menosprezo pelo peão, o encurralá-lo para “guetos”,
o quase desejar que não exista.
Há
situações que ultrapassam todos os limites, mesmo o do ridículo, levando-nos a
pensar nos motivos não confessos para certos actos e decisões.
Nunca
se esqueçam, automobilistas, camionistas, ciclistas e motociclistas, que quando
não se encontram no vosso meio de transporte, são peões, condição em que vieram
ao mundo.
By me
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