terça-feira, 21 de maio de 2013

Fora daqui!




Não sou ciclista. Nem de turismo, nem de desporto. Tal como não tenho uma bicicleta. Nem uma pasteleira das antigas nem uma das modernaças, leves, práticas e rápidas.
Mas reconheço as vantagens desta prática: tanto as ambientais como a de saúde. E admiro os praticantes insistentes que, ao longo dos anos, têm conseguido melhorar as condições da circulação em biciclo. Tanto na legislação, como na visibilidade da prática como nas condições de segurança. E é divertido ver as ciclovias pela cidade, garantindo a segurança dos ciclistas que nela circulam.
Mas faz-me sair do sério o “ser-se mais papista que o papa”, aliado, talvez, a interesses económicos, disfarçados de boas intenções para as duas rodas. Este é um desses exemplos.
Na Av. Frei Miguel Contreiras, em Lisboa, foi instalada uma ciclovia. Mas, e considerando a largura da via, trataram de, com ela, extinguir o passeio. O tal espaço que não pode ser ocupado por estacionamento automóvel e que é reservado a peões.
Estes, ao saírem da estação de caminho de ferro, são impedidos de caminhar, sendo obrigados a transitar para o outro lado da rua, esperando que os automóveis respeitem a passadeira e que esta não esteja bloqueada por carros estacionados, sob pena de serem “insultados” pelos ciclistas ao verem o seu espaço ocupado por pacatos caminhantes.
Faz sentido apoiar as alternativas saudáveis e ecológicas. Tal como faz sentido respeitar e apoiar as vontades dos cidadãos.
Mas nem uma nem outra coisa justifica o menosprezo pelo peão, o encurralá-lo para “guetos”, o quase desejar que não exista.
Há situações que ultrapassam todos os limites, mesmo o do ridículo, levando-nos a pensar nos motivos não confessos para certos actos e decisões.
Nunca se esqueçam, automobilistas, camionistas, ciclistas e motociclistas, que quando não se encontram no vosso meio de transporte, são peões, condição em que vieram ao mundo.

By me 

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