quarta-feira, 15 de maio de 2013

Grocar (*)




Este é um gesto que, creio, todos fazem. De tranquilidade, de reflexão, de aumento de força ou de sustentabilidade.
Também o usamos, saibamo-lo ou não, para indicar algum distanciamento para com o nosso interlocutor, se estivermos de conversa. A postura corporal, no seu todo, é tão eloquente quanto a facial ou mesmo as palavras. Por vezes bem mais.
E é um gesto, ou posição, que todos fazemos desde crianças, que o aprendemos por imitação ou por experiência.
Sugiro, então, que se faça uma experiência com ele:
Enlacem-se os dedos desta forma, assim superficialmente ou com maior profundidade. Repare-se que um dos polegares ficou liberto, sem estar preso entre dois dedos.
Desenlacem-se os dedos e repita-se o gesto, desta feita colocando o referido polegar preso e o outro na posição de liberto. E repare-se a estranheza ou desconforto com esta outra posição. Sinta-se como quase parece que é a mão de outrem que seguramos e não a nossa própria.
Mesmo as coisas mais corriqueiras, como um gesto conhecido de infância, nos podem parecer estranhos com pequeninos ajustes.
O que me leva a perguntar, sem sofismas: Será que nos conhecemos assim tão bem como queremos crer?

(*) – Termo criado por um escritor que nos remete ao conhecimento profundo.

By me 

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