É
um hábito antigo que tenho:
Em
subindo para um autocarro, e se não houver confusão na entrada, trato de saudar
o motorista.
Naturalmente
que o não conheço, que muitos são e vão variando, mas faço questão disso, que não
são meros autómatos que ali vão, agarrados aos volantes, tão ou mais chateados
com o caos citadino que nós, os transportados.
Quando
calha ter o mesmo horário de noite, apanho o autocarro sempre à mesma hora,
fazendo a ligação com o comboio, também sempre o mesmo, se não houver percalços
p’lo caminho.
Tem
sucedido que, nestes últimos dias, ter sido o mesmo motorista a fazer esta
carreira a esta hora. Talvez que seja sempre, mas com os meus horários díspares,
não o tinha reparado.
Desta
feita reparei porque ao entrar, e ainda antes da minha própria saudação, já a
estava a receber dele. Patusco e raro, tanto mais que não conheço de parte alguma,
e deve ele lidar com muitos mais passageiros que eu com motoristas.
Surpreendeu-me
ele ontem e hoje as “boas noites” foram em uníssono. Com o acréscimo de um
sorriso atrás do seu bigode.
O
dia não me correu particularmente bem. Mas este sorriso em fim de jornada
compensou tudo o resto.
O
seu preço? Muito mais barato que o obliterado na maquineta, mas com muito maior
taxa de lucro. Recíproco.
By me
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