Eu
e o futebol não nos partilhamos muito.
Ele
não me necessita, excepto por motivos profissionais e eu não gosto nem um nico
da loucura que provoca nos que dele vão mais longe que gostar.
É
que igualar os níveis de felicidade pelos resultados desportivos, ainda por
cima realizados por outros que não o próprio, é mais que triste: é doentio.
Mas
com as “doenças” de cada um posso eu bem, não fora elas provocarem distúrbios na
vida dos demais, gostem ou não de bola. As perturbações de trânsito, os humores,
as relações pessoais e profissionais… quando isto é dependente dos resultados
desportivos e me afectam… fico realmente incomodado.
Satisfazer-me-ia
se as tristezas ou euforias fossem na sequência dos esforços dos próprios.
Agora por via dos esforços de outros… Fazerem disso a sublimação das frustrações
do quotidiano… é triste.
Portanto,
eu e futebol não ligamos, que festejo as vitórias reais e não as substitutas.
Mas,
no caso do jogo de ontem, fiquei bem satisfeito com o resultado. Por dois
motivos.
Por
um lado é-me agradável que os ”pequenos” tenham oportunidade e consigam
encontrar um lugar ao sol. Que um resultado desportivo não pode depender apenas
da quantidade de adeptos de um dos contendores e, menos ainda, do vigor ou violência
com que demonstram as suas preferências.
Por
outro lado, e isto é pouco bonito mas assumo-o, há alguém que é “doente” pelo
Benfica e de quem não gosto nem um nico. Trata-se de uma pessoa arrogante, um
pouco despótica, que usa da posição que ocupa para dar ênfase às suas preferências
pessoais, quando deveria assumir uma perfeita neutralidade que o seu ofício
exige. Saber essa pessoa hoje deprimida e acabrunhada, quiçá doente e faltando
ao trabalho por via da derrota do seu clube é uma satisfação que tenho.
Não
será este sentimento muito bonito, mas também nunca disse que sou perfeito.
By me
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