Vivemos
quase que empalados em caixas de fósforos, obscenamente sobrepostas,
justapostas, entaladas umas nas outras.
É
p’las frestas que nelas rasgamos que acedemos ao sol, que é de todos quando
nasce. Mas só de quando em vez.
Que
outras, quando a vizinha faz a sua barrela de fim-de-semana e calha fazermos a
nossa também, nem ao sol temos direito.
Resta-me
a consolação de ter horários de trabalho e vida suficientemente arrevesados para
não fazer coincidir limpezas domésticas cá no prédio.
E,
com isso, ter direito a p’lo menos metade do que os deuses nos oferecem, do que
os arquitectos conceberam e eu pago ao senhorio: luz!
By me
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