Nem sempre é fácil
conseguir fazer este tipo de fotografia.
Há que ter algum
tipo de contacto prévio antes de se conseguir pedi-lo. Principalmente quando a
proximidade da câmara, óbvia pelo enquadramento, é deste calibre.
Confesso que
qualquer conversa me serve para, a dada altura, fazer a abordagem certa. Que
umas vezes resulta, outras nem por isso e que outras, bem mais estranho, fazem
questão de ser apenas os olhos, nada mais. Em qualquer dos casos, mostro sempre
o resultado, usando os dedos no ecrã para mostrar aquilo que, realmente, vou
aproveitar.
Mas, tendo
conseguido a fotografia, surge outra situação difícil: a identificação. Faço questão que a cada
fotografia seja apenso um nome. Que a minha câmara é muito mal-educada e
atribui números às pessoas. E, brincando com isto, acrescento que tomarei nota
daquilo que me disserem, verdadeiro ou falso. Algumas pessoas dizem-mo de
caras, outras sorriem, pensam num nome e dizem-mo, outras, muito simplesmente,
dizem que mo não dizem. Nesta última situação, alvitro eu um, que sempre foi
aceite.
Este caso foi um
pouco diferente. Não mo quis dizer, mas também não quis dizer que não queria
dizer. Embaraçada, titubeou até que me atirou com um “não sei”.
Certo! respondi. O
nome que vai com esta fotografia será “Não sei”.
Não gosto de
faltar às minhas promessas, pelo que esta fotografia não se chama nem Maria,
nem Ana, nem mesmo Zulmira.
Chama-se Não Sei
simplesmente.
By me
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