Chamem-me
tudo o que quiserem e mais um par de botas! Até me podem chamar de
bota-de-elástico! Mas eu juro que há coisas que me fazem sair do sério!
É
que não entendo, melhor, desagrada-me profundamente, constatar que há quem saia
de cursos relacionados com a captação de imagem, cursos profissionais ou cursos
superiores, sem saberem em detalhe como funciona um diafragma ou qual a relação
matemática entre os números que o compõem.
Caramba!
Não estamos a falar de “amadores”, de pessoas que vão tratando o fazer de
imagem como um passatempo de que gostam muito e que levam muito a sério.
Estamos a falar de gente que irá fazer disso a sua profissão, que lidarão com o
fenómeno da luz e seu tratamento diariamente.
E
tenho para mim que saber que I=1/D² (variação da intensidade da luz com a
distância) e que A=∏R² donde 2A=∏(√2*R)² (área do circulo e sua variação) é
entender parte do comportamento da luz e como os mecanismos que usamos para a
controlar funcionam.
Obviamente
que não conheço ninguém ligado a esta actividade que tenha estas fórmulas
sempre presentes ou que se ponha a fazer este tipo de contas cada vez que
reposiciona uma fonte de luz ou altera a abertura de diafragma com que está a
trabalhar.
Mas
saber que elas existem, ser capaz de, em parando para pensar, chegar a elas
para resolver uma situação mais elaborada, será vital ao conhecimento de um
sério profissional da captação de imagem.
E
não entendo como pode uma escola, de nível profissional ou superior, considerar
apto alguém que não o saiba.
Melhor
dizendo, entendo! São locais de aprendizagem “de carregar pela boca”, em que
importa bem mais ter as turmas completas para que a facturação com as propinas
resulte nos valores de lucro desejados pelos seus proprietários. E que as taxas
de aprovação sejam suficientemente altas para agradar aos candidatos, sem
passar pela maldita matemática. Será o hamburguer do conhecimento ou, se
preferirem, o fast-knowledge.
Mas
ainda ninguém me convenceu que esta frase está errada: “Se eu souber porquê,
saberei como!”
By me
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