Há já uns meses
que ando a “namorar” aqueles olhos.
Pertencem a uma
jovem que trabalha numa cafetaria de um centro comercial, perto de onde
trabalho.
O verdadeiro
motivo de ir até este local não se prende com os olhos mas antes p’la
excelência do café que ali servem. E os bolinhos não lhe ficam atrás. Mas
aqueles olhos…
Nem sempre os seus
horários e os meus coincidem, p’lo que não tem coincidido o eu ter o
equipamento certo comigo (estes merecem uma boa câmara e objectiva). Tal como
nem sempre coincide o eu ter o equipamento e a dona destes olhos estar com ar
de quem aceita o desafio. No fim de um dia de trabalho atrás de um balcão
concorrido não será a melhor ocasião para aceitar tal desafio.
Mas hoje a coisa
propiciou-se: equipamento certo, mesmo que minimalista, estar ela de serviço e
parecer bem disposta.
O trabalho era,
efectivamente, muito: dia feriado, solinho agradável, etc., faz aumentar
exponencialmente a clientela. E o andar de um lado p’ro outro atrás do balcão.
A minha abordagem
foi mais ou menos clássica, com o acréscimo de ter dito, antes de qualquer
resposta, saber eu que o dia não seria o melhor.
A resposta foi
também clássica, se bem que a não esperasse desta jovem, por qualquer motivo:
“Ah! É fotografo,
é?”
Já conhecia a
interrogação, mas hoje, talvez porque eu mesmo depois de um dia de trabalho,
tinha o sentido de humor um tudo ou nada distorcido.
Tirando a câmara
do ombro e a mochila das costas, abrindo-a em cima do estreito balcão e
esparramando na cara um sorriso de vendedor de enciclopédias, atirei:
“Bem, andando com
isto, não ando certamente a vender pneus.”
Ainda que meio
caustica, parece que funcionou. Que as reticencias iniciais se desvaneceram e
ficámos combinados p’ra um dia com menos movimento.
Mas, ora batatas!
Ele há perguntas que, mais que desnecessárias, são idiotas!
By me
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