Boa
amiga fez-me saber da existência deste livro. E se o conhecimento não tem
fronteiras nem limites, também não tem caminhos definidos previamente. Pelo
menos p’ra mim. Tratei de o encontrar e trazer para casa.
Ao
fim de dez páginas, apenas, dou com esta preciosidade.
Pergunto-me
o que escreveria ou citaria a autora, Françoise Choay, se em vez de ter
publicado o livro em 1992 o tivesse feito hoje mesmo. Que o conhecimento
impresso está em decadência em benefício do conhecimento on-line. Com tudo o
que de bom e de mau isso tem.
“…
O
perspicaz Charles Perrault encanta-se por ver desaparecer, devido à multiplicação
dos livros, os constrangimentos que pesavam sobre a memória: “hoje”, não se
aprende quase nada de cor, porque se tem naturalmente em casa os livros que se
lê, a que se pode recorrer quando se tem necessidade, de que se cita mais
seguramente as suas passagens copiando-as do que fazendo fé na memória, como se
fazia antigamente.
…“
Num
estudo que li, há uns tempos, feito na Grã Bretanha, um conjunto de estudantes
universitários foi confrontado com conhecimento novo em livros que procuraria
numa biblioteca. Outro conjunto de estudantes universitários foi confrontado
com o mesmo conhecimento, mas pesquisado na web.
Constatou-se
que o primeiro grupo retinha melhor o que havia lido que o segundo grupo, que
retinha melhor os locais onde o tinha encontrado.
Tenho
para mim que o grave do conhecimento adquirido na net, apesar de mais rápido e
pese embora a questão da fiabilidade das fontes, está na sua falência.
Em
havendo quem queira fechar a rede (censura, guerra, questões económicas ou
culturais) já não se tem acesso ao conhecimento porque restrito a este meio. Já
os livros… bem, não é fácil de destruir toda a existência, mesmo considerando o
espaço ocupado.
O
dia do livro foi celebrado um destes dias. Mas, embora seja um utilizador
intensivo da web e do conhecimento que ela propicia, não creio que alguma vez
prescinda do papel, do prazer de ler um livro, de o folhear, de procurar na
estante a lombada certa…
Mania
minha, desde há muito tempo: em comprando um livro, escrevo logo na primeira página
o preço, a data e o local onde o comprei. Interessante de constatar, as livrarias
por onde fomos criando os nossos hábitos.
By me
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