Em
acordando, ainda de madrugada, ligo o televisor. Hábitos velhos.
Talvez
porque me não recordava da hora, tropeço num daqueles programas de publicidade,
apenas publicidade e mais publicidade. A minha opinião sobre estas madrugadas
publicitárias é que eles conseguem vender p’lo cansaço. Que, a dado passo,
acabamos por aceitar comprar aquilo que nos querem impingir só para não os
ouvir mais.
Desta
feita foi diferente. E estive mesmo vai-não-vai para fazer o telefonema a encomendar
o produto. Duas dúzias, talvez. Haveria apenas que saber uma coisinha extra
antes de a formalizar.
Trata-se
de um artigo que, garantem eles, expulsa as pestes e pragas de sua casa.
Liga-se
na tomada e ele, o aparelhinho, envia por toda a rede eléctrica impulsos
digitais, electromagnéticos, e funcionando tal como as placas do seu
computador. Sem cheiros, sem aerossóis, sem reacções alérgicas, discreto, seguro
para crianças e animais domésticos, trabalhando mesmo quando você está a
dormir, com uma agradável luz de presença. E basta um para toda a casa, ao
contrário de outros, que implicam um por divisão.
Segundo
eles, este aparelhinho afasta toda a espécie de pragas: baratas, escaravelhos,
pulgas, ratos, ratazanas, aranhas, moscas, mosquitos…
Foi
este argumento sobre o controlo de pestes e afins que me fez ficar tentado.
Pensei
eu que umas dúzias deles, digamos que um por prédio visto usar a rede eléctrica
para espalhar o seu efeito, manteria o meu bairro limpo de outras pragas como
ministros, secretários de estados, políticos, presidentes…
Acabei
por desistir e não fazer o tal telefonema. É que a praga em causa é demasiado
poderosa para a rede existente, havendo o risco de sobrecarga e incêndios.
O
melhor mesmo é usar métodos clássicos, como o vetusto porrete ou o chumbo
quente. Não há riscos acrescidos e sempre temos a satisfação de os ver cair.
By me
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