A
coisa até que nem começou mal.
Apesar
de me ter interrompido a meio de um raciocínio não muito fácil de exprimir por
palavras, ainda por cima a olhar para o relógio, a sua frescura e simpatia,
junto com o seu sotaque d’além mar e o dizer-me que não queria vender nada,
fizeram-me aceitar responder a um pequeno inquérito de porta-em-porta.
As
perguntas versavam atitudes políticas, opiniões e participação, bem como a
relação com o governo e o fisco.
Lá
fui respondendo, com honestidade, sendo que a dado passo lhe fiz notar o que
trago na lapela: isto.
Já
no fim, atreveu-se a pedir-me a identificação: primeiro e último nome, bem como
o contacto telefónico. Saltou-me a tampa!
Se
por um lado nada tenho a esconder, incluindo opiniões e activismo, por outro não
me apetece, de forma alguma, que isso conste de um arquivo estatístico. Com a
referência específica à minha pessoa e localização.
Fiz-lho
saber, com a bonomia que a conversa tinha implicado. Mas sem azo a dúvidas.
Fez
cara de furiosa e afastou-se, sem ao menos ter respondido à minha saudação de
despedida.
Sinto-me
orgulhoso da minha reacção: não fui mal-educado e a sua integridade física não
foi posta em causa.
Mas
vontade não me faltou, confesso.
By me
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