Recordo
ter aprendido na escola, ainda antes dos meus dez anos, que as terras nas duas
margens do rio Tejo eram particularmente férteis porque as cheias sazonais
traziam fertilizantes naturais.
Também
recordo de, na mesma altura, ter aprendido que as construções tradicionais
desta zona contemplavam as subidas das águas.
Mais
tarde, e já no liceu, as aulas de história falaram-me na forma como as cheias
do Nilo foram fundamentais para que a civilização egípcia se tenha
desenvolvido.
Pergunto-me,
assim, porque raio as inundações do Tejo são notícia, com direito a reportagens
catastróficas e tons de pânico, a contrastar notoriamente com os semblantes
quase tranquilos dos naturais das zonas abrangidas.
Suponho
que um destes dias a notícia de capa ou abertura será a da tragédia de termos ficado
sem luz do sol após o pôr-do-sol.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário