quarta-feira, 3 de abril de 2013

Um olhar - Isobel




Por vezes sou mauzinho! A pobre mocinha não sabia o que a esperava!
Enquanto esperava p’la hora do comboio, ia fumando um cigarrito. E, nesse entretém, ia observando quem estava naquele largo superior da estação do Rossio, alvo de fotografias de todos os turistas e não só. Que, e diga-se em abono da verdade, o que se vê da cidade e do seu castelo é bonito, de dia ou de noite.
Eis que vejo uma jovem, meio aflita a tentar segurar de pé a sua mala com rodado. O empedrado não ajudava, é verdade. Em o conseguindo, dirigiu-se a quem estava mais próximo: eu. E, esticando-me uma câmarazita bem de bolso, pergunta-me se eu a poderia fotografar e da forma que ela queria. Garantido que sim, respondi-lhe usando do “Esperanto” contemporâneo.
E lá lhe fiz a foto, primeiro sem, depois com flash. A mocita sabia o que queria!
Feito o serviço, foi a minha vez de a deixar de boca aberta. Enfim, é uma força de expressão, mas que descreve bem o que ela demonstrou quando lhe pedi para fazer uma foto do seu olhar. Mas anuiu, ainda que com dificuldade.
O difícil mesmo foi o final. Que ainda que usando o meu argumento padrão (a minha câmara é mal-educada e dá números às pessoas. Qual o nome que ponho nesta fotografia?), não foi fácil que mo desse. Mesmo acrescentando que anotaria o que me dissesse, verdade ou mentira.
Creio que nunca saberei da veracidade deste nome.

By me

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