Se
defendesse eu um partido em desfavor de todos os outros, defenderia um partido
que se dissesse ser – e fosse - composto por trabalhadores, não um partido que
se dissesse ao lado deles.
Uma
elite paternalista partidária, que se entende acima dos seus concidadãos e que
os defende, não é o meu conceito de democracia.
Para
me representar quero gente que saiba o que é estar 8, 10, 12 horas a trabalhar
para um patrão; quero alguém que saiba o que é contar os cêntimos para chegar
ao fim do mês; quero alguém que saiba o que é estar 6 horas numa fila para
conseguir, eventualmente, ter uma consulta médica.
Para
me representar quero alguém cujo nome eu saiba, cuja cara eu conheça, alguém
que tenha mais respeito pela minha opinião que pela opinião do aparelho partidário.
Alguém a quem eu possa pedir contas por eventuais desvios entre o prometido em
campanha e o cumprido em mandato.
Para
me representar quero alguém que cumpra o mandato e não alguém que pode ser substituído
por decisão partidária e sem mais divulgação que um edital ou publicação num
jornal hermético.
Para
me representar, quero alguém que se entenda e se trate como qualquer outro
cidadão, e não alguém que redigiu, subscreveu e cumpre um regulamento onde se
diz: “A palavra do Deputado faz fé, não carecendo por isso de comprovativos
adicionais.”
Para
me representar quero cidadãos, não membros de elites!
Tudo
isto presumindo que sou defensor de uma democracia representativa, que não é o
caso. O parlamentarismo acima e à margem dos cidadãos não satisfaz a minha
noção de igualdade nem de democracia real.
By me
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