Os borlistas nos transportes públicos
sempre existiram. O que foi variando no tempo foi a relação entre os que o
tentaram e os que o conseguiram.
As estratégias de sucesso têm também
variado.
Nos tempos que correm, e no que respeita a
comboios suburbanos, passou por colocar cancelas nas estações, limitando o
acesso às plataformas e respectivas composições a quem possua bilhete válido.
Por sua vez, os borlistas descobriram que
nessas cancelas, e com jeito, podem passar duas pessoas só com um bilhete. O
sucesso depende de se ser ou não fiscalizado a bordo, mas há sempre a técnica
de ir vigiando e mudando de carruagem, mais à frente ou mais atrás.
Esta técnica, que por vezes é aplicada com
empurrão a quem vai validar o seu bilhete, é usada normalmente pela malta nova,
p’la aventura ou p’la real falta de dinheiro. Ou ainda por “sem abrigo” ou
toxicodependentes. São fáceis de identificar nas estações, p’la forma como vão
observando quem passa e é potencial “vítima”.
A surpresa, p’lo menos p’ra mim, acontece
quando vejo uma senhora, na casa dos trintas e picos, com um aspecto modesto e
normal, estar por ali e abordar uma outra senhora, que se preparava p’ra passar
as cancelas, e perguntar-lhe se podia passar com ela. O que foi aceite.
As vivências que se deduzem desta
“borlista”, distantes ou próximas, e o que a levou a ter esta atitude, deveriam
levar muitos dos nossos ditos “governantes” a mudar de agulha. Infelizmente,
eles não andam de comboio nas horas de ponta.
By me
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