Feita
esta manhã, há poucos minutos, com a minha câmara Pentax K7 e a minha objectiva
Tamron SP2 90mm f:2,5. Não tem nenhum tratamento posterior que não seja o
alterar as suas proporções e redução de tamanho para um conveniente para a web.
Isto
é uma fotografia!
A
minha câmara estava montada num tripé (Benbo #1 dos antigos) e apontada para a
rua através da minha janela de casa. A exposição foi de 1/100 com f:22 para ISO
400.
Perguntar-me-ão,
então, porque raio só se vê preto.
Bem,
a resposta é triste mas verdadeira.
Acontece
que a câmara, com a sofisticação que possui, foi incapaz de registar os carros,
as árvores, os prédios, o céu e as nuvens da rua. Isto é pena, porque era isso
mesmo que eu queria mostrar, que era isso que eu sabia estar a acontecer. E
essa incapacidade, apesar de eu saber como verdadeiro o que lá estava a
acontecer e da sofisticação da câmara, advém de entre ela e a rua estar uma
janela fechada e uma cortina corrida. Preta.
Caramba!
Isto é uma fotografia. E deveria registar o que sei por verdadeiro. E sei que
as radiações electromagnéticas emanadas do assunto que queria mostrar chegaram à
câmara, tal como chegaram à minha mente. E a fotografia é a reprodução das
imagens que chegam à mente do fotógrafo.
Ou
não será assim?
Talvez
que não.
Que
a fotografia apenas regista as radiações no espectro do visível que chegam ao
sensor ou película. Eventualmente, e se estiver preparado para isso, já no
campo de infravermelho, um nico. Não mais.
A
fotografia não regista nem mostra os raios X ou Gama ou outros. A fotografia não
mostra aquilo que a minha mente vê mas que não consta deste leque de radiações.
Assim,
não posso dizer que isto é “uma fotografia da minha rua”! Posso, com toda a
certeza, dizer que isto é “uma imagem da minha rua, apesar de a câmara não ter
consigo registar”!
Agora
esta fotografia não é uma fotografia da minha rua!
Portanto:
ora batatas para todos aqueles que solarizam, filtram, invertem cores,
acrescentam ou retiram radiações, mostram aquilo que os olhos e a câmara não
viram, e chamam a isso de “fotografia”!
Chamem-lhe
imagem, fotografismo, pintura fotográfica, registo subjectivo, radiações
alucinadas ou mesmo batata frita.
Agora
fotografia não será, p’la certa!
Ou
então será perfeitamente admissível que eu diga que o que aqui mostro é uma
fotografia da minha rua e azar o vosso se a não vêem.
By me
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