Diziam
os velhos anracas de boa memória que “Tudo na vida tem um fim, excepto a
salsicha, que tem dois”. E como estavam certos!
Aqui,
nesta loja onde dominam os tons de preto e vermelho, já dominaram os amarelos
vivos.
Fica
ela na Av. Almirante Reis, em Lisboa, entre o Areeiro e a Alameda.
É
uma loja pequena, numa zona burguesa, agora razoavelmente envelhecida da
cidade. Pelo menos é o que eu pensava.
Mas
esta loja, que em tempos foi de fotografia, agora é uma sexshop. Não sei se é
por haver novos e potenciais clientes se para dar alento aos antigos
residentes.
Não
fica nos meus roteiros habituais. Apesar disso, sempre que procurava alguma
peça menos comum, daquelas mais antigas e que não encontramos nas lojas
modernaças, esta era objecto de visita. Umas vezes trazia o que queria, outras
descobria coisas de que nem sequer desconfia da sua existência.
Suspeito
que poderá vir a acontecer nesta loja o mesmo: encontrar o que procuro ou
coisas que nem sequer suspeito existirem. Isto, entenda-se, se por lá for dar
uma olhada, o que não creio que venha a acontecer.
A
primeira escola onde trabalhei ficava aqui perto. E havia um acordo entre ela e
esta loja para que os alunos tivessem um desconto nos seus trabalhos. Tal como
acontecia com outras lojas pela cidade. Desconfio que o actual comércio nunca
seria objecto de acordos com escolas, apesar de não garantir coisa nenhuma nos
tempos que correm.
Quanto
ao resto, creio que este tipo de comércio, com ou sem prestação de serviços,
será dos mais antigos da humanidade, muito mais que a fotografia. E mesmo
quando ela, a fotografia, seja algo tão arcaico que provoque a hilaridade a
quem a veja, este continue a ser negócio consistente. Talvez discreto, mas
consistente.
À
frase dos anarcas de antanho, acrescento eu: “E se a salsicha tem dois, o negócio
do sexo não tem fim.”
By me
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